O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) colheu amostras para análise laboratorial após a morte de aves em uma propriedade rural voltada à produção familiar no município de Nova Brasilândia, a 223 km de Cuiabá. A suspeita é de infecção pelo vírus da gripe aviária H5N1. A coleta ocorreu no domingo (18), e o caso está sendo acompanhado de perto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

De acordo com a médica veterinária do Indea, Emmanuelle Rosa Mutzenberg, a propriedade apresentava todos os critérios técnicos para coleta de material: "Havia mortalidade e sinais neurológicos nas aves, o que nos leva, por protocolo, à investigação e coleta de amostras", explicou.

O resultado dos exames deve sair em até sete dias. Enquanto isso, o Indea e o MAPA monitoram o caso como parte das ações previstas no plano nacional de contingência da influenza aviária.

Desde a chegada da H5N1 ao Brasil, em maio de 2023, o país investigou 2.883 suspeitas em aves com sintomas respiratórios ou neurológicos. Destas, 166 foram confirmadas como gripe aviária. A grande maioria dos casos envolveu aves silvestres (164), com apenas três registros em criações domésticas e um, mais recente, em granja comercial – registrado na última quinta-feira (15), em Montenegro (RS).

Em Nova Brasilândia, a propriedade afetada integra o sistema de produção familiar para subsistência. Este tipo de criação tem sido um dos focos de atenção das autoridades sanitárias, junto com granjas comerciais e zoológicos.

Além de Nova Brasilândia, outros cinco municípios no Brasil investigam suspeitas em andamento:

  • Ipumirim (SC) – granja comercial

  • Aguiarnópolis (TO) – granja comercial

  • Triunfo (RS), Gracho Cardoso (SE) e Salitre (CE) – produção familiar

Até agora, não há registro de transmissão do vírus entre humanos no país. O Ministério da Agricultura reforça que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos, desde que esses produtos estejam devidamente inspecionados.

Risco para humanos é baixo
A gripe aviária do tipo H5N1 atinge, predominantemente, aves. Em humanos, os poucos casos registrados no mundo envolvem pessoas com contato direto e intenso com aves infectadas, vivas ou mortas – como tratadores, trabalhadores rurais ou profissionais do setor agropecuário.

O governo federal já comunicou os órgãos internacionais e parceiros comerciais sobre os focos registrados no país e reforça que medidas rigorosas de controle e prevenção estão em curso para garantir a segurança sanitária e alimentar.

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