Nos últimos dias, o Brasil vem enfrentando um surto de intoxicações por metanol associado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, mobilizando autoridades de saúde, segurança e fiscalização, e causando preocupação generalizada na população. O metanol, ou álcool metílico, é altamente tóxico e não deve estar presente em bebidas destinadas ao consumo humano. Quando ingerido, o corpo converte o metanol em formaldeído e ácido fórmico, substâncias extremamente perigosas capazes de causar cegueira, falência de órgãos e até a morte.
Até o momento, foram notificados 59 casos suspeitos de intoxicação, com 11 casos confirmados laboratorialmente em estados como São Paulo, Pernambuco e o Distrito Federal. Em São Paulo, três mortes já foram confirmadas, enquanto outros casos seguem sob investigação. O que torna a situação ainda mais alarmante é que o cantor Hungria adquiriu uma das bebidas suspeitas no Distrito Federal, o que indica que a adulteração pode ter se espalhado para diferentes regiões do país, elevando o risco de contaminação em nível nacional.
Hungria deu entrada no Hospital DF Star, em Brasília, apresentando sintomas compatíveis com intoxicação por metanol, como cefaleia intensa, náuseas, vômitos e alterações visuais. Ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e iniciou sessões de hemodiálise para filtrar as toxinas do organismo. De acordo com a assessoria hospitalar, o cantor está consciente, orientado e estável, com respiração espontânea e sem alterações visuais no momento, mas ainda não há previsão de alta. Os shows que ele tinha programados foram remarcados.
O surto tem levado autoridades a intensificar operações de fiscalização em bares, restaurantes, supermercados e fábricas, com apreensão de lotes suspeitos e investigação de cadeias de distribuição de bebidas adulteradas. Especialistas alertam que a crise representa um risco real à saúde pública, pois a intoxicação por metanol pode causar sintomas graves como náuseas, vômitos, dor de cabeça intensa, visão turva, acidose metabólica e alterações neurológicas, além de complicações irreversíveis como cegueira ou falência de órgãos. O tratamento imediato é fundamental e envolve administração de antídotos como etanol ou fomepizol e, nos casos mais graves, hemodiálise, que ajuda a eliminar o metanol do organismo.
O governo federal, em conjunto com autoridades estaduais, está monitorando atentamente o surto e reforçou a necessidade de fiscalização rigorosa em pontos de venda de bebidas, além de laboratórios de toxicologia a postos para análises rápidas. A situação envolvendo Hungria, por ele ter consumido bebida adquirida no Distrito Federal, alerta para a possibilidade de a contaminação se espalhar, tornando o risco nacional. A população deve evitar consumir bebidas de procedência duvidosa, verificar rótulos, selos de segurança, lote e CNPJ, e procurar atendimento médico imediato caso apresente qualquer sintoma após ingestão de álcool.
Este episódio evidencia os desafios de controle e fiscalização no país, já que a venda de bebidas clandestinas ou adulteradas pode ocorrer em diversos estados, e a circulação de produtos potencialmente contaminados representa um risco significativo à saúde pública. Autoridades reforçam a importância de denunciar qualquer bebida suspeita à Vigilância Sanitária, ao Procon e ao CIATox, para que os responsáveis sejam identificados e punidos.
A situação segue em evolução, e o caso do cantor Hungria tornou-se emblemático, chamando atenção nacional para os riscos das bebidas adulteradas. Enquanto os investigadores rastreiam a origem da bebida e monitoram possíveis novos casos, a recomendação permanece clara: priorizar segurança, evitar produtos de procedência duvidosa e buscar atendimento imediato em caso de sintomas suspeitos.