Um caso de bullying que vinha mobilizando a comunidade escolar de Nova Marilândia ganhou uma reviravolta significativa após o marido da diretora da instituição se envolver em um episódio de descontrole dentro do quartel da Polícia Militar local.
Segundo informações oficiais, a diretora da escola solicitou a presença da Polícia Militar para participar de uma reunião com os responsáveis por todos os envolvidos no caso de bullying. Durante a reunião, ficou acordado que as provocações entre as partes cessariam imediatamente. Contudo, momentos depois, o 1º Sargento Ildemar, que participou da mediação, se deslocou para outra ocorrência policial.
Foi neste contexto que o marido da diretora, identificado como acusado neste caso, dirigiu-se abruptamente ao quartel da PM, chegando de veículo pela calçada, atitude considerada imprópria e perigosa. Ao entrar no quartel, o acusado foi direto ao encontro do Sargento Ildemar, acusando-o de perseguição contra sua esposa. Durante a confrontação, proferiu diversas declarações agressivas e ameaçadoras, entre elas: "não sou pedófilo", "você vai perder a sua farda", “sou doido e polêmico, você sabe disso” e “isso não vai ficar assim”.
De acordo com testemunhas, o acusado exaltado gritou ainda frases como: “porque é comandante fica se achando? Covarde!”, “você dá uma de machão”. Diante da escalada verbal e emocional, o comandante da guarnição informou ao acusado que ele estava preso por desacato e ameaça. Quando advertido, o acusado tentou agredir fisicamente o comandante, iniciando uma luta corporal. O comandante usou técnica de imobilização (mata-leão) até que outro policial militar chegasse para conter o agressor.
Mesmo algemado, o acusado permaneceu em estado de fúria, xingando e ameaçando, dizendo frases como: “você se esconde atrás de igreja”, “vai perder a farda”, “você tá fudido”, “vai inventar coisa no boletim”. Durante a condução para a viatura, continuou a proferir insultos, ameaçando chamar a imprensa por abuso de autoridade.
Posteriormente, foi constatado que o possível motivo do surto do acusado teria relação com uma matéria jornalística que noticiava o caso de bullying na escola dirigida por sua esposa, onde o sargento esteve presente para mediar a situação. A matéria, publicada pelo site Expresso Notícia, seguiu todos os critérios éticos e legais, preservando nomes de menores e envolvidos, com o único objetivo de informar a população sobre um caso relevante à comunidade. Lamentamos que uma publicação transparente e responsável tenha sido usada como justificativa para tamanha reação desequilibrada.
Durante o registro do boletim, o sargento Ildemar compareceu à viatura acompanhado da esposa do acusado para esclarecimentos. A diretora negou sentir-se perseguida, afirmando que estava apenas triste pela divulgação da matéria na mídia, sem saber quem a havia publicado. Essa contradição entre o relato do acusado e a posição da esposa reforça a ausência de fundamento nas acusações e ameaças feitas pelo acusado.
Segundo informações, o acusado possui um extenso histórico de desavenças na comunidade, incluindo episódios como derrubar a cerca do vizinho e, em outra situação, após um relacionamento extraconjugal, não aceitar o fim da relação e invadir a casa da amante, ameaçando seu atual companheiro e insistindo em falar com a vítima, que ficou visivelmente abalada.
Além disso, o acusado está envolvido em um caso de aliciamento de menor, em que teria repetidamente tentado contato com uma adolescente de 13 anos via Instagram. A menor, que é enteada do sargento envolvido na ocorrência, recebeu diversas mensagens do acusado, inclusive com pedidos para que fornecesse seu número de telefone particular, além de curtidas em fotos e reações a stories da garota, o que gerou grande desconforto à família.
No confronto no quartel, o acusado sofreu uma lesão no rosto causada durante a imobilização, e foi encaminhado ao pronto atendimento médico antes de ser levado à delegacia. O veículo e o celular dele foram entregues à esposa.
Este veículo de comunicação reitera seu compromisso com a verdade e a ética, especialmente em temas que envolvem menores de idade. Toda a cobertura do caso foi feita com os devidos cuidados e responsabilidade, como deve ser o papel da imprensa livre e independente.
Diante da situação, cabe uma reflexão: a principal preocupação de servidores públicos, especialmente os ligados à educação e à segurança, deveria estar voltada para a proteção das vítimas e resolução do problema em si — neste caso, o bullying — e não na tentativa de silenciar ou atacar o trabalho da imprensa. A reação desproporcional registrada nesse episódio expõe o despreparo de alguns servidores para lidar com a transparência exigida pela função pública.
Seguiremos atentos à evolução do caso, sempre pautados pelo compromisso com a informação de qualidade e o respeito à sociedade.