Um grupo de pelo menos quatro criminosos fortemente armados invadiu, por volta das 14h desta quinta-feira (31), a agência do Sicredi na Rua Cascavel, em Brasnorte (MT), a cerca de 588 km de Cuiabá. Segundo testemunhas, a quadrilha agiu com muita frieza e rapidez, portando armamentos pesados como fuzis, e seguiu padrão conhecido como “novo cangaço” — ataques violentos e planejados a cidades pequenas para assaltar bancos e fugir com reféns.

Imagens captadas por moradores mostram os assaltantes encapuzados entrando no banco, alguns posicionados na porta enquanto recolhiam o dinheiro. Durante a fuga, dois funcionários da agência — o gerente e um outro trabalhador — foram usados como escudo humano na fuga. As vítimas foram liberadas a cerca de 3 km e 10 km de distância da cidade, e felizmente saíram ilesas, conforme apurado pelas equipes policiais.

Os criminosos fugiram em uma caminhonete Toyota Hilux prata, roubada no dia anterior, que foi abandonada posteriormente em uma mata nas proximidades. O carro foi localizado no fim da tarde, o que permitiu às autoridades reforçar o cerco às margens da rodovia MT‑170, principal rota entre Brasnorte e Juína.

Imediatamente após o ataque, a Secretaria de Segurança Pública mobilizou uma força-tarefa. Participaram da operação equipes do 7º Comando Regional, Força Tática dos municípios de Juína, Juara, Campo Novo do Parecis, Sinop, Alta Floresta e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), com apoio aéreo do helicóptero da Ciopaer. O objetivo é capturar os suspeitos antes que evadam a região.

Apesar do terror vivido por moradores e funcionários, não houve feridos. A agência foi interditada para a realização da perícia técnica e permanece fechada até que os reparos sejam concluídos. Em nota, o Sicredi revelou que está prestando todo o suporte aos colaboradores feitos reféns e orienta os usuários a usar os canais digitais enquanto a unidade estiver fora de operação.

Esse episódio se insere no contexto dos ataques conhecidos como “novo cangaço”, modalidade criminosa que, desde os anos 1990, tem se proliferado no interior do Brasil. Grupos chegam armados com fuzis e explosivos a pequenas cidades, tomam cidades de assalto por algumas horas e fogem em comboios, muitas vezes bloqueando estradas com carros incendiados ou usando reféns como escudo humano. O formato tem ganhado notoriedade por aterrorizar comunidades pequenas e rurais, com impacto duradouro na sensação de segurança local.

As forças de segurança continuam o cerco na região e mantêm o alerta à população para que qualquer informação que ajude na localização dos suspeitos seja encaminhada com discrição e segurança. Até o momento, nenhum membro da quadrilha foi capturado, mas as autoridades garantem que a operação segue em expansão e com rigor investigativo.

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