Influenciadoras de Cuiabá são alvos de operação contra esquema de jogo de azar
Duas influenciadoras da região metropolitana de Cuiabá foram alvos da Operação Quéfren, deflagrada nesta quarta-feira (2) pela Polícia Civil do Ceará. A investigação apura um esquema de promoção enganosa envolvendo o chamado "jogo do tigrinho". Uma das suspeitas foi presa em Várzea Grande, enquanto a outra continua foragida.
Até o momento, nove mandados de prisão foram cumpridos, sendo um deles em Mato Grosso. Além disso, também foram executadas ordens de busca e apreensão no estado. A operação também acontece em São Paulo e no Pará, além do Ceará.
Esquema milionário
De acordo com a Polícia Civil, os alvos da investigação incluem influenciadores digitais e agentes de plataformas de jogos de azar. O grupo teria movimentado cerca de R$ 300 milhões em dois anos.
Foram expedidos 13 mandados de prisão, 17 de busca e apreensão, 23 para busca de veículos e 15 para bloqueio de bens e valores. A investigação teve início em abril de 2024 e apura crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e delitos contra a economia popular, além da existência de uma organização criminosa de caráter transnacional.
Enganação nas redes sociais
Com milhares de seguidores, os influenciadores divulgavam vídeos e imagens simulando ganhos fictícios em plataformas de cassino online. O objetivo era atrair novos apostadores. Para isso, utilizavam contas "demo/teste", que permitem simular apostas sem uso de dinheiro real, enganando os seguidores.
A investigação revelou que o grupo mantinha relações diretas com os chefes das plataformas, a maioria deles residentes no exterior, especialmente na China. Os agentes intermediavam a contratação de influenciadores e promoviam eventos de lançamento dessas plataformas.
Pagamentos e viagens de luxo
Os influenciadores eram remunerados de diversas formas: recebiam valores por divulgação, pelo número de novos cadastros ou até mesmo comissões sobre os depósitos realizados pelas vítimas. Além disso, também ganhavam viagens internacionais custeadas pelos chefes das plataformas, que eram exibidas nas redes sociais como sinal de "sucesso" no jogo.