O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo IBGE, apresentou alta de 0,71% em março, após uma variação de 0,83% em fevereiro. O aumento foi acima do esperado por analistas e reflete a pressão dos combustíveis, especialmente a gasolina, que subiu 7,51%, além dos aumentos em alimentos como batata-inglesa (9,11%) e leite longa vida (3,17%).
No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 4,65%, aproximando-se do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. O setor de transportes liderou a alta do mês, seguido de alimentação e bebidas.
Especialistas do mercado financeiro avaliam que a nova aceleração pode dificultar o processo de corte na taxa de juros, atualmente em 10,75% ao ano, e impactar diretamente o consumo das famílias brasileiras, principalmente das classes mais baixas.
Segundo o economista da FGV, André Braz, "os preços dos combustíveis têm efeito cascata e atingem diversos setores da economia. Essa pressão pode se manter nos próximos meses".