Com um mês da implantação do vazio sanitário da soja em Mato Grosso, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea-MT) já aplicou 12 multas a produtores rurais por manterem plantas vivas de soja em desacordo com a legislação. A ação ocorre durante o período obrigatório que proíbe a presença da planta no campo, entre os dias 15 de junho e 15 de setembro, com o objetivo de interromper o ciclo do fungo causador da ferrugem asiática.

Segundo o Indea, foram realizadas mais de 2 mil ações de fiscalização entre os dias 8 de junho e 6 de julho. Desse total, foram registradas 22 amostras da planta com resultado positivo para ferrugem asiática, uma das doenças mais agressivas que acometem a soja. As multas emitidas pela Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV) somam 1,6 mil Unidades Padrão Fiscal (UPFs).

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a ferrugem asiática, provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, compromete severamente a produtividade da soja. A doença reduz o tempo de vida das folhas, afetando a fotossíntese e o desenvolvimento dos grãos, o que gera perdas econômicas expressivas.

O fungo se espalha com facilidade pelo vento, chuva e resíduos de culturas contaminadas. Durante a safra, o controle exige aplicação de fungicidas e boas práticas de manejo, o que encarece a produção. Por isso, o vazio sanitário é considerado uma das principais estratégias para conter o avanço da praga.

Como identificar a ferrugem asiática na lavoura:

• Manchas amareladas nas folhas (estágio inicial);

• Pontos marrons ou de coloração ferrugem na parte inferior das folhas;

• Queda precoce da folhagem;

• Redução da formação e peso dos grãos;

• Queda significativa da produtividade.

O vazio sanitário, adotado em todos os estados produtores de soja no Brasil, é uma medida crucial para preservar a sanidade da lavoura e garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva da oleaginosa, que é um dos pilares da economia mato-grossense.